A arqueologia é fundamental para a preservação da memória porque ela permite reconstruir e compreender aspectos do passado humano que muitas vezes não estão registrados em documentos escritos. Aqui vão alguns pontos principais que mostram essa importância para a preservação da memória conselheirista.
Recuperação de vestígios apagados pela violência
A destruição de Canudos em 1897 foi brutal — a cidade foi praticamente arrasada, e seus habitantes, em grande parte, exterminados. A arqueologia permite recuperar fragmentos desse passado: pedaços de cerâmica, ferramentas, armas, estruturas de casas e até restos humanos. Cada vestígio é uma peça da história que foi esquecida ou intencionalmente apagada.
Recontar a história por outras vozes
A história oficial, por muito tempo, retratou o movimento de Canudos como fanático e perigoso. A arqueologia ajuda a romper com essa visão, mostrando o dia a dia das pessoas comuns, suas práticas religiosas, modos de vida e relações sociais. É uma forma de contar a história a partir do chão — do que ficou guardado na terra.
Fortalecimento da memória das famílias conselheiristas
Para os descendentes das famílias que viveram em Canudos, como no caso do Museu Casa da Vó Izabel, os achados arqueológicos são provas materiais da resistência, da fé e da cultura de seus antepassados. Eles ajudam a afirmar uma identidade que por muito tempo foi marginalizada, resgatando orgulho e pertencimento.
Educação e valorização do patrimônio
Iniciativas arqueológicas em Canudos alimentam museus, escolas e centros de memória. Isso aproxima as novas gerações da história do lugar, ensinando sobre resistência, injustiça social e luta por dignidade. A arqueologia, nesse caso, vira ferramenta pedagógica e política.
Equipe que começou as pesquisas arqueológicas, no Parque estadual de Canudos, no ano de 1985 .
Paulo Zanettini , Heloisa Kuser e Jorge Glauco Nascimento (geólogo) Arquivo pessoal: Zanettini.