Observa-se que as novas tecnologias permitiram uma transformação significativa na forma como as pessoas se comunicam e consomem produtos culturais, com a possibilidade de comunicação instantânea em qualquer lugar do mundo. Além disso, a tecnologia afetou a cultura e as relações sociais, com o surgimento de novas formas de entretenimento e de formação educativa através das mídias sociais.
Este projeto justifica-se por sua relevância social e cultural, visto que, o museu é um espaço de memória que auxilia na construção de uma sociedade crítica e reflexiva. A memória não é imutável e nem um fim em si. Trata-se de um processo dinâmico e influenciado por diversos fatores, como as relações de poder, as narrativas dominantes e os interesses políticos e econômicos.
Além disso, o museu recebe anualmente cerca de mil visitantes e turistas, sendo a maioria estudantes do ensino médio e da pós-graduação e tal informação pode ser comprovada através do livro de registro de visitação. Deste modo, ao atrair visitantes, o Museu Casa da Vó Izabel contribui para dinamizar a economia local e o turismo de modo sustentável. O espaço de memória constitui-se um apoio aos pesquisadores sobre a história da Guerra de Canudos.
O Museu foi fundado em 2013 sob o nome de Memórias de João de Régis, homem que nasceu quatro anos depois da guerra. Sua mãe saiu do Arraial Bello Monte, em busca de alimento, e não pode mais retornar em razão das tropas do exército impedirem o acesso ao Arraial. João de Régis é descrito pelo pesquisador Damião (2022) como “um verdadeiro mestre na desconstrução de narrativas de cunho ideológico, algo muito comum no Brasil, onde sempre prevalece um discurso aos olhares da elite” (DAMIÃO, 2022, p. 17).
No entanto, em 2022, um grupo de mulheres visitou o Museu e questionaram a preferência pela figura masculina ao nomear o espaço. Assim, o guia de turismo Paulo Régis, bisneto de João de Régis, resolveu amplificar a voz feminina na historiografia da Guerra de Canudos e intitulou o espaço como Museu Casa da Vó Izabel, esposa de João de Régis.
Hoje, a descendência de Dona Izabel composta pelo filho Pedro Tuté e pelo bisneto Paulo Régis, lutam para manter viva a memória da família através da manutenção do Museu, e assim contribuir para uma melhor compreensão deste fato histórico.